Resenha do livro Meia lua em mim: A Falciforme em versos
Confira a resenha do livro Meia lua em mim: A Falciforme em versos de Alessandra Reis
(Design de Franciellen Santos)
Conheci este livro há pouco mais de 3 anos, quando uma amiga fez algumas indicações literárias.
Na época eu nem sonhava em retornar à poesia.
Ainda estava tentando a vida como romancista. No entanto, a ocasião me trouxe a oportunidade de conhecer pessoas novas.
E entre essas pessoas estava Alessandra Reis e seu livro de poemas com uma capa belíssima, como você pode ver abaixo.
Foi assim que conheci Meia lua em mim, o que eu não imaginava era que esse livro se tornaria um dos meus favoritos.
E foi o que aconteceu de fato, me vi tão encantada com esses poemas que me rendi à releitura...
Mas antes de contar as minhas impressões, quero te mostrar alguns detalhes sobre esse livro.
Vem ver!
Um pouco sobre o livro Meia lua em mim: A Falciforme em versos
Meia lua em Mim: A Falciforme em versos é uma coletânea de poemas escritos em primeira pessoa por Alessandra.
Dividido em 5 partes: crescente, minguante, meia, cheia e todas as fases o livro é composto por uma linha poética que traduz cada etapa de sua vida.
Desde o descobrimento da Falciforme até o momento da aceitação.
Isso tudo com uma boa dose de angústia e vontade de viver que apenas ela possui.
Os poemas de Alessandra não possuem métricas ou um padrão específico. Eles assumem diferentes formatos que podem ser uma representação das oscilações que a própria doença traz.
Só isso já atrai nossos olhares (bom, pelo menos o meu).
E agora vamos a minha impressões sobre o livro…
O que eu achei de Meia lua em mim: A Falciforme em versos
Esse foi o primeiro livro que li dessa querida e foi uma experiência grandiosa.
A poesia de Alessandra é genuína e cheia de emoção e revelações de uma mulher que não tem medo de se despir nas palavras e tocar nosso íntimo.
Durante a leitura fiquei dividida entre o desejo de abraça-la por compaixão e o de parabenizá-la pela coragem.
Gostei muito da forma como ela dividiu o livro e por ter mostrado como foi percorrer o caminho de descoberta e aceitação por meio dos versos.
E por mais que o tema central do livro seja a trajetória de alguém com uma doença crônica, ela também relata sentimentos em comum com outras pessoas.
Inclusive de pessoas melancólicas como eu...
É isso que torna esse livro ainda mais bonito. Porque além de trazer sua experiência como alguém que convive com a Falciforme, ela não trata apenas disso, mas também de esperança e da alegria de abrir os olhos e enxergar a vida.
Fala também sobre a resiliência de vencer a dor, a angústia e a própria morte de uma forma única e inspiradora.
Tão inspiradora que me motivou a escrever um livro.
Um de seus poemas me inspirou a escrever Agridoce. Veja esta beleza:
Dolores
A dor não fala
dá um nó na garganta
e levanta a bandeira silente
a dor frequente te cala
emudece escurece o doce céu azul
a dor respinga tristeza
e pinta tudo em nuvens cinzas
tempestade e vendaval
esta dor pra que serve afinal?
aflitivo silêncio condenando-me a morte
é amargo o gosto que trago da vida
e enorme a ferida neste meu coração
é de breu o meu mundo
minha alma é de lama
tudo em mim se estranha
tudo em mim se esvai
e esta dor que não sai.(Alessandra Reis)
E por essa beleza escrita com tanta verdade que senti que a (re) leitura valeu a pena.
Eu não consegui enxergar nenhum defeito além do livro ter finalizado aí.
Mas fiquei esperando por maís trabalhos da Alessandra. Gostaria muito de uma continuação, ou um novo livro falando sobre como a autora está hoje.
Acredito que seria um belo presente para todes nós.
No entanto, o livro me ganha por ter todos os ingredientes que eu gosto: Poesia, emoções fortes e lições.
Por isso a minha avaliação não poderia ser outra se não 5 corações com a certeza de que leria outros livros dessa mulher.
Então, eu fecho essa resenha com chave de ouro te convidando a ler esse poético, emocionante e cheio de lições.
E essa foi a resenha de hoje! E eu trouxe um livro bem poético para que a gente possa comemorar o dia de poetas.
Se você gostou, já sabe o que fazer, né? Deixe o seu aplauso para esta postagem.
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Um beijo grande e até a próxima!
